Há vezes em que as emoções pesam muito e acabamos nos sentindo sobrecarregados, cercados por uma realidade que não podemos enfrentar. Ninguém chega neste mundo com um manual sob o braço e um micro-chip instalado no coração, capazes de nos dizer o que fazer e como agir em cada momento.
Os relacionamentos amorosos são complexos; é preciso harmonizar dois universos em um só, para que juntos integrem o mesmo pentagrama, seguindo por uma mesma estrada que deve ser percorrida com tranquilidade e felicidade.
Mas… como conseguir isso? Discussões, diferenças de interesses, sentimento de solidão ou falta da compreensão… A inteligência emocional nos oferece um marco teórico a partir do qual podemos aprender e valorizar muitos aspectos de nossa vida.
É preciso ter uma coisa clara, o barco de um relacionamento amoroso não poderá navegar com apenas um capitão. É preciso que exista cooperação das duas pessoas, para que sejam enfrentadas as marés e as tempestades. Quer conhecer os principais segredos?
Amar não é só querer, é compreender
Essa frase nos foi deixada pela genial escritora Françoise Sagan e é, certamente, a base que nutre a inteligência emocional. O compreender as próprias emoções e as dos outros, o saber identificar no outro suas necessidades e realidades.
Este tipo de conhecimento começa sempre em si mesmo; se soubermos identificar nossas próprias emoções (alegria, raiva, desilusão, medo, ansiedade), também seremos capazes de reconhecer as emoções do nosso parceiro.
Ser o espelho do outro
Uma relação dever ser um caminho para que duas pessoas cresçam, não só como indivíduos, mas também como casal. Ou seja, é preciso permitir que o outro pense de forma diferente, que tenha suas próprias necessidades e que amadureça a nível profissional e pessoal dentro do próprio relacionamento.
Não se trata, de forma absoluta, de vetar ou proibir, de nos aproximarmos de uma relação onde não há liberdade. É preciso ter consciência de que, em uma relação emocionalmente inteligente, cada pessoa deve ser o espelho do outro: “Eu te compreendo e te respeito”, “Sei o que você sente e sei do que você precisa”.
Não é preciso moldar o outro de acordo com a nossa vontade, é preciso ir encaixando as coisas entre os dois para que a relação seja harmônica. “Apaixonar-se é encontrar a si mesmo, fora de si mesmo”.
Comunicação e inteligência emocional
Devemos escutar de forma ativa. É verdade que, algumas vezes, podemos ouvir coisas que não queremos escutar, mas o entendimento parte sempre desse ponto.
Todos os conflitos e diferenças precisam de um bom diálogo, onde possam ser comunicadas ideias, emoções e sentimentos. Sempre é importante verbalizar esse complexo mundo interior em voz alta: “Sinto que…”, “Acho que…”, “Me sinto assim…”, “O que acontece é que…”
Fale em primeira pessoa para que seu parceiro lhe entenda, mas também escute suas palavras. As pessoas dotadas de inteligência emocional costumam estabelecer uma regra na hora de se comunicar; elas sabem negociar, procurando o momento ideal no qual, simplesmente, podem sentar e falar.
Há quem, por exemplo, prefira guardar o silêncio até chegar em casa, em um ambiente íntimo no qual possa deixar sair o que sentimos, pensamos e precisamos.
Autoconhecimento e aceitação
Para construir uma relação de casal eficiente, é essencial que nos conheçamos…Quais são seus limites? Quais são as suas inseguranças, seus medos, suas necessidades?
Muitas vezes, as pessoas imaturas são as que têm mais dificuldades para estabelecer um vínculo com seu parceiro. São indivíduos com muitas inseguranças, cheios de dúvidas, de ciúmes… de aspectos não superados a nível pessoal. É essencial que você conheça a si mesmo; só então poderá, também, compreender a outra pessoa. Para manter o vínculo, é indispensável saber aceitar o outro.
As desqualificações nunca são boas. Todos nós temos virtudes e defeitos, limitações que precisam ser vistas e aceitas. Se você ama alguém, não queira mudar sua personalidade. É preciso construir, entre ambos, um modo de existência onde os dois se aceitem. Se nos empenharmos em mudar sua personalidade, causaremos uma triste infelicidade no outro.
O amor é uma grande aventura, mas é um longo trajeto que requer tempo e sabedoria, sendo a inteligência emocional um excelente apoio para que possamos nos guiar. Dela, podemos tirar equilíbrio em momentos de crise ou de dúvidas, com os quais todos já tivemos que lidar pelo menos uma vez na vida.
Fonte: a mente maravilhosa