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O santo casamenteiro

Hoje é dia de Santo Antônio. Conhecido como santo casamenteiro hoje ele recebe homenagens de vários devotos em todo o país. Para marcar a data quero aproveitar a oportunidade para compartilhar um trecho do livro “Cena Hum – Dramaturgia”, de George Sada, Airen Wormhoudt e Humberto Gomes, que retrata essa tradição.
“(Ao chegar na praça, o andor de São Gonçalo é colocado em seu lugar para adoração. As meninas vão fazendo fila para fazer as orações e oferendas ao Santo. Ele está plácido em seu lugar, assumindo as feições de uma estátua barroca)
TODOS: E viva o casamento de Mariazinha e Tião! Vivaaaa!!!!
MENINA 1: São Gonçalo! Vim aqui pra lhe pedir um chamego! Arre que essa vida é muito das infeliz e eu tô doidinha pra sair logo desse ninho de vespeiro! Uma hora é maínha que me inferniza. Outra hora é paínho que num me dá sussego! Vamo logo, meu Santinho, me ajuda logo sair do desespero! Gradecida! (beija o Santo e sai)
MENINA 2: Oxe, meu Santinho! Vim aqui trocar as flores do seu andor! Tô fazendo tudo direitinho pra num ter do que me arrepender depois! Já fiz as oração tudo! Já mandei rezar as missa como é de costume! Agora o senhor vê se dá um jeito no Arandir que o cabra tá lento e num quer se redimir! Gradecida, meu Santo! (faz o sinal da cruz e sai).
MENINA 3: Ocê vai agora, Rosa!
ROSA 1: Vou é?
MENINA 3: Vai! Vai que eu tô nas pinitência. Num vô prosiá cum o Santo agora.
ROSA 1: Pur quê?
MENINA 3: Purquê eu tô falando! Purque ainda num terminei as pinitência que o padre Bento me mandou rezar. Agora vai logo! Se quer prosiá com o Santo é agora mesmo!
ROSA 1: (referindo-se) a Menina 4) E ela?
MENINA 4: Eu num quero falar com ninguém, por enquanto. Já custurei meu nome na bainha do vistido da noiva. Já interrei o facão na bananeira e agora tô isperando pelo amor que sai gravado no facão!
ROSA 1: Nome no facão? Ara que isso eu num conheço!
MENINA 4: No dia de Santo Antônio ocê pega um facão! Mas tem que ser um facão dos virgem! E ocê, quando der meia noite, interra ele na bananeira, faz as reza pro Santo e vai-se imbora. Num pode olhar pra trás.
ROSA 1: E pur quê?
MENINA 3: Purque o santo num gosta de gente inxirida.
MENINA 4: Aí ocê vorta antes de nascer o sol. Lá pelas quatro da matina. E disinterra o facão.
ROSA 1: E aí tá tudo iscrito já?
MENINA 3: Tudinho. A seiva da bananeira é o tinteiro do Santo. Ele grava no aço as iniciar do nome naquele que vai ser ter futuro esposo.”

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