Agência Par Ideal – agência de namoro e casamento de Curitiba-Brasil

Profissão cupido

Variedades | 28/07/2012 | 16h14min

 

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Dona de uma das maiores agências de casamentos do Brasil, Sheila Rigler fala sobre o que mudou nos relacionamentos e o que homens e mulheres procuram no parceiro ideal

Roberta Benzati | roberta.benzati@an.com.br

 

Acredito que o casamento deveria ser encarado como uma empresa, na qual o homem e a mulher têm sua participação. Foto:Divulgação / Divulgação/ Agência Par Ideal

Há 17 anos no mercado, a agência matrimonial curitibana liderada pela especialista em relacionamentos Sheila Rigler foi responsável pela união de mais de 3.400 casais de todo o Brasil. Formada em pedagogia, Sheila decidiu montar a Par Ideal por causa da afinidade em lidar com pessoas. O negócio deu certo e tornou-se uma das principais agências do País.

Ela esteve em Joinville recentemente para dar uma palestra sobre relacionamentos e lançar seu primeiro livro na Livrarias Curitiba do Shopping Mueller, “Histórias de uma Agência de Casamento… Que não Deram Certo” ( Editora Inverso, 76 páginas, R$ 25) que, como o próprio nome sugere, narra as desventuras e episódios engraçados que ela vivenciou administrando a empresa.

A reportagem aproveitou a passagem de Sheila pela cidade e conversou com ela sobre os dilemas enfrentados pelos casais atualmente, as mudanças na forma de se relacionar e o que, afinal, querem os homens e as mulheres que estão à procura de um amor. Confira a entrevista:

 

O que mudou nos relacionamentos nos dias de hoje?
Sheila Rigler — 
As pessoas estão se casando mais tarde. O que eu percebo é que as mulheres estão pensando em casamento só a partir dos 30 anos, ou mais tarde ainda, depois que elas estão realizadas profissionalmente. Primeiro, elas querem se formar, fazer especializações e somente quando estão bem estabilizadas é que pensam na vida amorosa. Já os homens querem um compromisso sério, querem engatar um namoro antes dos 30 anos. São moços na faixa dos 25, 26 anos que estão estabilizados profissionalmente, ganham bem, mas reclamam que as moças mais novas ou da mesma faixa etária não querem algo sério.

 

Por que algumas pessoas têm dificuldade em manter um relacionamento?
Sheila — 
Isso acontece em todas as faixas etárias. A gente percebe que hoje as pessoas estão extremamente exigentes, pouco tolerantes e, no primeiro problema, pensam em separação. Falta diálogo, além disso, existe aquela ideia do “felizes para sempre” e ninguém está preparado para casar. Acredito que o casamento deveria ser encarado como uma empresa, na qual o homem e a mulher têm sua participação, ainda mais porque hoje os casamentos são muito diferentes de antigamente, a mulher não fica mais em casa, tem que encarar um dupla jornada e é preciso que haja uma divisão de tarefas. Antes do casamento é preciso conversar sobre os objetivos de cada um, o que pretendem, se querem ter filhos etc.

 

O que leva as pessoas a se divorciarem?
Sheila — 
Antigamente, as pessoas se separavam por infidelidade, porque o homem era agressivo. Hoje, as pessoas alegam que são incompatíveis, os gostos e planos de vida são totalmente diferentes. Eu, particularmente, não acredito naquela teoria de que os opostos se atraem. Eles podem se atrair, mas depois acabam se traindo. Muitas vezes, as desavenças já começam na hora de preparar a festa de casamento, um quer uma festa cara, o outro acha que é melhor investir na lua de mel; um quer ter casa na praia, o outro prefere comprar carro novo todo ano. O número de divórcios acaba aumento também por pequenas intolerâncias, falta de diálogo. Mas se as pessoas são totalmente diferentes, aí acredito que realmente não dá certo.

 

É inevitável que um relacionamento caia na rotina?
Sheila — 
Para um relacionamento dar certo, a pessoa sempre tem que procurar sair da rotina, o que é inevitável que aconteça com o corre-corre diário. Por isso, é preciso tirar um dia da semana só para o casal, fazer uma viagem. Até na hora de dormir as pessoas não podem descuidar. A mulher deve se arrumar, não dormir com bóbi no cabelo ou creme no rosto, com camiseta velha. Ela deve se perfumar, colocar uma camisola bonita, assim como o homem também não vai dormir com um meião furado, um pijama velho. O homem também tem que se lembrar de datas comemorativas, como aniversário de casamento, Dia dos Namorados. Tem que ter a conquista do dia a dia para manter a chama acesa.

 

Existe uma fórmula para um casamento feliz?
Sheila — 
A felicidade é um estado de espírito. Há pessoas que sempre se sentem infelizes porque elas querem mais e mais. Às vezes a pessoa se divorcia por influência de amigas e amigos solteiros, que vivem falando sobre como a vida deles é agitada, mas, na verdade, quando se separa, a pessoa percebe que é não é nada daquilo. Então, tem muita gente que é feliz e não sabe disso. É importante ter uma autoestima boa, estar bem consigo mesmo para avaliar a própria vida. Outra coisa muito importante é conhecer o sexo oposto. Homens e mulheres são completamente diferentes e isso é comprovado cientificamente. Um grande defeito das mulheres é querer modificar seu homem. Muitas pensam “ele não é bem assim como eu queria, mas quando eu casar, vou mudá-lo”. Isso é uma ilusão! Ninguém muda ninguém e muitas mulheres, depois de casadas, se decepcionam. Eu sempre digo na agência para lerem os questionário com muita atenção e, se não gostarem de alguma coisa, nem vão conhecê-los.

 

O que as mulheres de hoje procuram?
Sheila — 
Nós realizamos uma pesquisa na Par Ideal com 20 mil pessoas e perguntamos quais são as qualidades que as mulheres mais apreciam nos homens. O resultado foi: homens educados, que saibam se portar em qualquer lugar. Em segundo, apareceu homens românticos, que ainda mandem flores e não esqueçam de datas especiais; e em terceiro lugar, homens fiéis. Elas responderam ainda que buscam, em primeiro lugar, companheirismo; em segundo, fidelidade; em terceiro, estabilidade emocional e financeira; em quarto, empataram carinho e respeito; e, em quinto, amor e romantismo.

 

O que os homens procuram nas mulheres?
Sheila — 
Os homens que participaram dessa pesquisa disseram que apreciam mulheres carinhosas, honestas e femininas. Nos quesitos citados por eles, apareceu em primeiro lugar companheirismo; em segundo, empataram carinho e respeito; em terceiro, amizade e cumplicidade; em quarto, apareceu amor; e em quinto lugar, fidelidade e sexo. Não que sexo não seja importantíssimo, mas eles alegam que hoje em dia conseguem sexo na hora que quiserem, basta sair para uma balada ou procurar uma agência virtual, mas esses itens como companheirismo e amor é o que esperam de uma companheira, sexo é consequência.

 

Quais atitudes as mulheres consideram inconvenientes em um homem?
Sheila — 
As maiores reclamações são de homens grosseiros, exibicionistas, homens que gostam de contar vantagem com o que eles possuem ou para onde viajam, mulherengos e pão-duro.

 

E o que os homens não gostam em uma mulher?
Sheila — 
Mulheres vulgares, tanto no modo de se vestir, quanto na postura. Eles também criticam mulheres que falam alto demais, que não têm vaidade ou que são infiéis.

 

O que é determinante no momento da conquista?
Sheila — 
A pessoa tem que estar com uma boa autoestima. Quando ela está ansiosa, não está bem com ela mesma, demonstra insegurança. Além disso, não se deve falar em casamento no primeiro encontro ou falar dos bens que possuem. É proibido também só falar em trabalho e de ex-namorados ou namoradas _ são os maiores erros que se podem cometer.

 

Qual é o perfil do público que procura sua agência?
Sheila — 
Na Par Ideal, temos clientes de 24 a 80 anos. É um público A e B e 95% têm nível superior. Temos 40% de homens cadastrados para 60% de mulheres e quase metade dos nossos clientes são divorciados e a outra metade são solteiros.

 

Qual é o método usado por vocês?
Sheila — 
A Par Ideal é uma empresa real e não virtual, todo mundo tem que vir pessoalmente se cadastrar. Primeiro, enviamos uma carta explicativa para que conheçam nosso trabalho. Em seguida, é feita uma entrevista pessoalmente comigo e com a psicóloga e é preciso responder a dois questionários, um com dados confidenciais, aos quais ninguém terá acesso, e outro no qual perguntamos preferências musicais, hobbies, se pratica algum esporte etc., ao todo são quase 200 itens. Depois, a pessoa faz uma redação sobre o que ela gosta e o que espera do companheiro e assina um contrato jurídico que nos respalda em caso de omissão de dados e nos dá o direito não só de desligar a pessoa da Par Ideal como mover um processo contra ela. Isso também garante que pessoas com segundas intenções desistam antes da inscrição. É preciso levar uma série de documentos, então é um trabalho bastante seguro e sigiloso porque as reuniões são marcadas para que ninguém se encontre nas dependências da agência. Depois de ter passado pelas entrevistas e respondido ao questionário, em cinco dias ela vai fazer suas escolhas.

 

Como surgiu a ideia de publicar o livro “Histórias de uma Agência de Casamento… Que não Deram Certo”?
Sheila — 
As pessoas perguntavam por que eu não escrevia um livro contando as histórias da agência, mas eu não podia porque o sigilo é fundamental e jamais iria expor meus clientes. Mas, de repente, tive a ideia de escrever sobre as coisas absurdas que as pessoas me pedem. Como eu não sei o nome da maioria dessas pessoas porque elas só fazem uma primeira entrevista e depois são descartadas e, por isso, não vou expor ninguém, acabou se tornando um livro engraçado sobre situações absurdas e de leitura acessível para todas as faixas etárias. Já até me pediram para ajudar a dar golpe do baú, por exemplo. Uma outra vez, uma senhora chegou e disse que estava lá em nome de um amigo que prometia ser um excelente marido, um grande companheiro, mas em troca queria uma mulher que desse um apartamento e um cartão com muito crédito. Tem várias histórias como essas que estão no livro.

 

http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a3834532.htm

 

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