O ditado “os opostos se atraem” é muito comum quando falamos de relacionamentos. A frase é tão difundida que às vezes nem questionamos sua veracidade e acabamos repetindo sem questionar. Que existe um fascínio e atração pelo diferente é inegável, mas pessoas com personalidades muito distintas costumam ficar irritadas facilmente umas com as outras.
Um estudo realizado pela Universidade de Iowa, nos EUA, aponta que as similaridades de personalidade são mais importantes quando se fala em relações duradouras. A pesquisa revela também que ao procurarmos um parceiro buscamos alguém que tenha a mesma estrutura, porém o nosso discurso diz o contrário. Isso porque ao descrever o seu par ideal os entrevistados escolheram características semelhantes as suas. Mas, quando perguntados se procuravam por alguém parecido a maioria das pessoas respondeu que queria alguém diferente para “completar o casal”.
Essa ideia de procurar uma personalidade oposta tem sua fundamentação na biologia e na concepção de que os diferentes se complementam. Porém, com o convívio, as diferenças tendem a se tornar mais marcantes e gerar conflitos. Assim, aquilo que no começo do relacionamento era motivo de atração acaba se tornando pretexto para brigas e desentendimentos. Como planejar um passeio, viagens, a aplicação do dinheiro do casal ou até mesmo a educação dos filhos quando os gostos são muito diferentes?
Acredito que características como personalidade, condição financeira, cultural e social são imprescindíveis para um bom relacionamento. Senão vamos passar o tempo todo querendo mudar o outro. Muitos casais convivem assim durante anos, arrastando uma relação já desgastada com a ideia de moldar o parceiro. Enfim, acredito que na prática as diferenças dificultam mais do que ajudam. Afinal, ninguém muda ninguém.