Publicado em 28 de junho de 2012 por anamariadejesus
Carinho ou desconfiança
Por Ana Maria de Jesus
Algumas pessoas consideram o ciúme como parte essencial de um relacionamento, pois se demonstra amor e preocupação com o parceiro. Para outras, é considerado como falta de confiança, não traz qualquer benefício e separa pessoas que se amam. Esse sentimento faz parte da natureza humana e se instala na infância, núcleo estruturador da vida amorosa da pessoa; pode ser definido como uma emoção que tem origem na ideia de que o companheiro desvia sua atenção para outra pessoa, o que pode colocar em risco a segurança afetiva.
A psicóloga Bárbara Snizek, da agência Par Ideal, diz que o ciúme é um sentimento que tem a idade do homem e que Sócrates o definiu como “a dor da alma”. “De uma maneira menos poética, podemos dizer que é uma reação frente a uma ameaça real ou imaginária, que tem como objetivo evitar os riscos de perder a pessoa amada”, informa.
A presença desse sentimento, de forma moderada, faz bem para o relacionamento e demonstra zelo e carinho, pois quem ama cuida, estabelece vínculos. Mas deve-se ficar atento para que exageros não aconteçam, evitando, assim, a turbulência que pode levar ao fim da relação. Bárbara Snizek cita Cervantes, que diz: os ciumentos são aqueles que sempre olham para tudo com lentes de aumento e que engrandecem as coisas pequenas e agigantam os anões, transformando suspeitas em verdades absolutas, baseados, algumas vezes, em desconfianças infundadas.
É preciso ficar atenta quando o sentimento começa a despertar a necessidade de controle absoluto do parceiro na relação, o que pode acontecer de várias maneiras. “Abrir as correspondências, ouvir telefonemas, investigar as ligações e mensagens no celular do companheiro, controlar todas as ações nas redes sociais, ler os e-mails do outro e até acompanhar os gastos de combustível, na tentativa de identificar se o companheiro não está indo a lugares que saiam da sua rotina diária”, explica a psicóloga.
Para Sheila Rigler, diretora da agência, a partir do momento em que a pessoa demonstra exigências de controle do parceiro, de seus atos e pensamentos, é preciso ficar atento para que o ciúme não se torne uma obsessão. Um relacionamento saudável não pode proporcionar estresse emocional e social. “É preciso ficar atento quando o relacionamento passa a ser pautado pelo controle do parceiro, e em esquivas para o ciúme. Constrangimento público, sentimento de culpa, descontrole e atos violentos são fortes indicativos que o ciúme é patológico”, alerta Sheila.
Insegurança
Comportamentos que visam despertar o ciúme podem indicar uma necessidade de se sentir amado e querido. Pode ser uma indicação de que precisa de mais atenção e, em alguns casos, demonstra insegurança.
Em casos extremos, pode se tratar de alguém com extrema necessidade de sentir que é o centro das atenções e com uma profunda dificuldade de sentir que é amado e que está confiante em uma relação afetiva. Ou seja, alguém com dificuldades na interação amorosa.
Característica
Geralmente a pessoa ciumenta é insegura e narcísica, ou seja, autocentrada. Não sabe tolerar frustrações e apresenta um comportamento infantil e fantasioso. Tem profunda dificuldade de se sentir amada, e não consegue considerar as vontades e necessidades do outro na relação.