Decidir entre comprar ou alugar uma casa pode determinar o sucesso de um casamento. Nos primeiros meses do ano é comum acompanhar a elevação nos preços de imóveis e muitos casais acabam desistindo de oficializar a união ou optando por alugar um espaço para iniciar uma nova fase do relacionamento.
“No momento em que as pessoas entendem o impacto financeiro que um casamento causa na vida dos envolvidos, o relacionamento pode chegar ao fim”, explica Sheila Rigler, diretora da agência de relacionamentos Par Ideal, de Curitiba. Segundo ela, o período de namoro e mesmo de noivado é marcado por uma convivência agradável e mais restrita, que foge da rotina e de crises financeiras em comum. “No momento em que o casal começa a planejar questões básicas para a vida a dois, como o local em que vão morar, a primeira crise financeira da relação pode destruir o que parecia ser um grande amor”, comenta Sheila.
Os homens acostumados com a comodidade e praticidade da casa dos pais podem ficar assustados com a pressão de perceber que com o matrimônio estão assumindo a responsabilidade financeira de uma casa, que vai muito além de um aluguel ou financiamento. Neste caso, o medo pode levar a uma necessidade, que muitas vezes é inconsciente, de adiar o casamento ou até mesmo colocar um fim ao relacionamento. Já as mulheres, acabam frustradas com o abandono que parece incompreensível.
Atuando há 16 anos com relacionamentos, Sheila Rigler explica que este tipo de situação pode ser evitado. Antes de optar pelo casamento, os noivos devem realizar uma análise detalhada e sincera dos planos que cada um tem para si e para a família que estão construindo em um futuro próximo. “Se a decisão é economizar para adquirir um apartamento próprio, a opção precisa ser dos dois. Não adianta um optar por guardar o dinheiro da balada e controlar as saídas noturnas se este plano não está no projeto de vida do parceiro”, exemplifica a diretora da agência.
Um empreendimento de sucesso
O personal trainer, Alexandre Bida e a analista de Recursos Humanos, Francielle Cardozo já começaram o namoro com planos bem definidos. As conversas sobre os objetivos para o futuro marcaram o relacionamento do casal. A vontade de morarem juntos desenvolveu o hábito de planejar e combinar algumas coisas básicas, como o fato de que o aluguel não faria parte do futuro deles e que os dois juntariam dinheiro para comprar a nova casa.
O casal está junto há quatro anos e há um ano e meio decidiu morar com os pais de Alexandre para economizar dinheiro e comprar a tão sonhada casa própria. A estratégia gerou bons resultados. “As despesas são mínimas e conseguimos guardar dinheiro. Separamos R$1 mil de cada um, todo mês em uma poupança e no primeiro semestre deste ano vamos dar entrada no nosso apartamento”, comemora o personal trainer. Para a diretora da Par Ideal o importante é que cada casal entenda que não existe uma receita a seguir, cada um encontra a sua fórmula para adequar as finanças ao relacionamento. “Para algumas pessoas, morar com os sogros é inviável e sinônimo de final de relacionamento, mas para a analista de RH especificamente foi a melhor opção para alcançar um objetivo maior que era comprar o apartamento próprio. Eles estão certos, planejando o futuro juntos e não apenas pensando em ações, mas colocando em prática atitudes que favorecem o relacionamento”, analisa Sheila.
Para realizar o sonho foi preciso cortar muitos gastos e deixar algumas atividades de lado, mas o casal não parou de sair, nem transformou o relacionamento em uma rotina, apenas reduziu o consumo em várias atividades. “Tudo está sempre bem alinhado entre os dois, o que me faz pensar que não teremos brigas futuras por questões financeiras”, conta Alexandre.
A frente da agência de relacionamento há 16 anos, Sheila Rigler declara que os relacionamentos com maior durabilidade e sucesso são aqueles em que o casal tem mais semelhanças do que diferenças e isso inclui sonhos e projetos para o futuro. “Se os sonhos forem totalmente diferentes, não adianta casar, não vai dar certo. Antes de decidir que vão morar juntos os dois precisam definir questões básicas do futuro, como: ter filhos ou não, matriculá-los em escolas particulares ou públicas, investir em cursos de especialização depois do casamento ou pesquisar preços para as compras do mês”, explica Sheila. Atitude que o casal Alexandre e Francielle já tem bem definida. Uma delas, inclusive, é matricular os filhos que um dia terão, em escolas particulares.
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