Agência Par Ideal – agência de namoro e casamento de Curitiba-Brasil

EM BUSCA DO PAR IDEAL – [SEBRAE] HISTÓRIAS DE SUCESSO

[SEBRAE] HISTÓRIAS DE SUCESSO

Mulher de Negócios • Pequenas Empresas • Região Sul

EM BUSCA DO PAR IDEAL

Curitiba, capital do Paraná, tornou-se uma conhecida cidade-teste para o lançamento de produtos, ideias e até peças de teatro. Dizem que, o que agrada aos curitibanos, geralmente, agrada a todo o Brasil. Por isso, o lançamento de um produto ou serviço nesse mercado exige cuidado adicional, pois o público é bastante exigente.

Sheila Chamecki Rigler não se intimidou com o desafio e, em 1994, resolveu criar uma agência matrimonial. Na época, a atitude foi considerada ousada, pois o preconceito com relação a esse serviço era grande, ainda mais em Curitiba, que tinha uma sociedade tradicional e conservadora.

Apesar de considerarem o empreendimento “coisa de primeiro mundo”, os amigos diziam que Sheila só poderia estar louca, pois, como uma mulher casada, mãe de três filhas e avó iria abrir uma empresa de encontros? Alguns chegaram a dizer que os homens curitibanos jamais se cadastrariam nesse serviço.

Como abrir uma agência de casamento numa cidade como Curitiba, que conseguisse transmitir uma imagem de idoneidade e que não fosse confundida com uma agência de encontros íntimos?

AGÊNCIA MATRIMONIAL PAR IDEAL, EMPRESA ESPECIALIZADA EM CASAMENTOS

ENTRE FRALDAS E LIVROS

Nascida em Curitiba, em 5 de setembro de 1951, Sheila conhecia bem o tradicionalismo da sociedade curitibana. De família de classe alta, quando terminou a Escola Normal, em 1969, desejava ingressar no curso de Serviço Social, mas seu pai foi contra, pois não queria a filha trabalhando em favelas.

Por insistência familiar, iniciou o curso de Pedagogia, mesmo sabendo que nunca iria dar aulas.

Em 1970, casou-se com o engenheiro Ivo Julio Rigler. Quando estava no segundo ano da faculdade, nasceu sua primeira filha, Gisela, em 17 de julho de 1971. Dois anos depois, engravidou da segunda filha e, coincidentemente, Tatiana também nasceu no dia 17 de julho.

E, em meio a fraldas e livros, em 1974, formou-se em Pedagogia pela Faculdade Católica do Paraná, com licenciatura em psicologia e sociologia educacional.

Com duas crianças pequenas, nem pensava em trabalhar e logo engravidou da terceira filha, Danuza, que nasceu em 17 de dezembro de 1975.

Durante um período, dedicou-se à família, mas, extremamente ativa, também era voluntária da entidade mantenedora da escola das filhas, diretora social de um clube e fazia parte do Lions Clube.

ATIVISTA SOCIAL

Em 1978, com as filhas na escola e desestimulada com a sua vida cotidiana, ocupada por uma intensa vida social e responsabilidades com a rotina doméstica, Sheila decidiu retornar à faculdade para cursar Administração de Empresas. Porém, como seu marido não a apoiou na decisão de voltar a estudar, ela resolveu buscar um emprego.

Procurou o prefeito de Curitiba e falou que desejava trabalhar, não importando em que atividade. Ele disse que estava precisando de uma pedagoga para coordenar as creches inauguradas nas áreas de desfavelamento. Sem perguntar qual era o salário, aceitou na hora.

Assim, realizou seu sonho de atuar na área social: trabalhou em várias favelas, com meninos de rua, coordenou creches, cooperativas de catadores de papel, de terceira idade, etc.

Apesar de atuar no serviço público, achava que, como cidadã e por ter nascido numa família privilegiada financeiramente, tinha obrigação de contribuir para a melhoria de vida dos mais carentes. Por isso arrecadava roupas e brinquedos e, no inverno, vestia as crianças da favela. Todos os meses, ela conseguia, junto às empresas de transporte, ônibus para levar as crianças a parques, teatros e cinemas. Nas reuniões com moradores de favelas, ensinava hábitos de higiene, dicas de como se apresentar para conseguir trabalho, etc.

Em seguida, prestou dois concursos públicos, primeiramente para professora de formação especial e posteriormente para pedagoga, com o objetivo de trabalhar na área sociopsicopedagógica.

Depois de trabalhar em favelas, passou a atuar na área cultural e, mais tarde, no setor de recursos humanos. Posteriormente, voltou a exercer atividades na área social, ao coordenar grupos de terceira idade e projetos para pessoas carentes e desempregadas.

Porém, ela vinha se desapontando com situações que ocorriam no serviço público. A cada eleição municipal, entrava um novo prefeito que pretendia deixar a marca de sua administração. Assim, bons projetos sociais da administração anterior não tinham continuidade e acabavam sendo extintos para que fossem implantados projetos da nova gestão. E essa situação era muito desestimulante.

GUIDANA NA VIDA

O seu descontentamento crescente a levou a pensar em desenvolver outro tipo de atividade. Desde jovem, tinha vontade de ter uma empresa. Mas nunca quis ter um negócio comum e sonhava em abrir algo diferente do que existia no mercado. Por exemplo: na década de 1970, pretendia abrir um centro de convenções para organizar eventos e depois teve a ideia de comprar terrenos para construir condomínios horizontais, quando ninguém falava em investir nesses negócios em Curitiba. Como tinha ideias avançadas para a época e que exigiam grande aporte financeiro, acabava tendo dificuldades em encontrar sócios que se dispusessem a investir nessas ideias.

Mas em 1994 resolveu que era hora de fazer uma mudança na vida e colocar em prática o sonho de abrir seu próprio negócio.

Não sabia em que ramo atuar, apenas queria um segmento em que tivesse contato permanente com pessoas. Também decidiu que deveria ser um empreendimento que pudesse bancar com seus próprios recursos financeiros, sem depender de sócios.

Procurou então orientação com um consultor de franquias e conheceu 720 opções de negócios. Dessas, a única que chamou a atenção foi a agência de casamento. Para conhecer melhor o trabalho da franqueadora da agência matrimonial, em julho de 1994, foi para São Paulo juntamente com o marido. Porém, Ivo percebeu que a franqueadora não ouvia com atenção as considerações que eles faziam sobre as particularidades do mercado curitibano, mantendo uma postura inflexível em relação ao conceito do serviço. Por exemplo: o sistema exigia que os preços cobrados fossem de acordo com a tabela de São Paulo e Ivo dizia que ninguém pagaria aqueles valores em Curitiba. “Você vai abrir este negócio e vai fechar em um mês”, alertou.

Mas como estava decidida a ter um negócio próprio, Sheila resolveu assim mesmo assinar o contrato para compra da franquia. Porém, nada lhe seria revelado sobre o funcionamento da agência antes que ela participasse de um treinamento de 15 dias em São Paulo. Como a franquia exigia que trabalhassem no mínimo um homem e uma mulher, Sheila contratou um funcionário.

O treinamento foi agendado para setembro e, com data marcada e hotel reservado, a proprietária da franquia ligou de São Paulo cancelando o evento, pois viajaria para fora do Brasil para tratar de assuntos particulares. O adiamento foi comunicado apenas uma semana antes do seu início e transferido para uma nova data.

Aborrecida com esse tipo de relacionamento franqueador franqueado, Sheila rescindiu o contrato. Naquele momento, ela desistia da abertura da franquia, mas não de ser dona do próprio negócio.

MONTANDO SEU NEGÓCIO

Sheila continuava trabalhando na prefeitura, em regime de seis horas diárias. Entretanto, não havia abandonado a ideia de montar uma agência matrimonial. Ela sabia que a profissão de casamenteiro era antiga. A ideia de flechar corações vinha da Antiguidade Clássica. Cupido, na mitologia romana, que corresponde a Eros para os gregos, era uma criança maliciosa, filha de Vênus ou Afrodite (deusa do amor e da beleza), que adorava deixar as pessoas apaixonadas.

Na Europa agências matrimoniais existiam há muito tempo e na Alemanha, por exemplo, muitos casais se formavam por intermédio das agências. No Brasil, o serviço foi introduzido em 1954, em São Paulo. Foi a partir da década de 1990 que começaram a aparecer agências matrimonias, principalmente nas grandes cidades brasileiras, e nessa época surgiu a primeira franqueadora. Porém, em Curitiba, em 1994, ainda não funcionava nenhuma agência matrimonial nos moldes europeus. Sempre pedindo sigilo, Sheila resolveu conversar com psicólogos amigos para ver o que achavam da ideia. Todos a chamaram de maluca, em função do preconceito, pois a sociedade curitibana era considerada muito tradicional, o que dificultaria a aceitação desse tipo de serviço. Algumas pessoas chegaram a ficar horrorizadas quando souberam de sua ideia, pois achavam que ela ia abrir uma agência de “programas”. Com tantos argumentos contrários, ficou em dúvida: deveria ou não abrir sua agência de casamentos?

EXPERIÊNCIA EUROPÉIA

O grande incentivador foi seu marido, pois ele acreditava que Sheila tinha competência para gerir o negócio, criando regras próprias e cobrando preços compatíveis com o mercado de Curitiba. Mas o maior argumento usado por Ivo foi: “Você sempre teve ideias inovadoras que mais tarde foram colocadas em prática por outras pessoas e que deram certo. Agora é a sua vez de arriscar e ir em frente”. Com este incentivo, contratou um consultor empresarial para conhecer como funcionavam as agências matrimoniais na Europa. E, baseando-se na experiência europeia, resolveu montar uma agência ajustada aos moldes do Brasil, mas voltada ao conservador público curitibano.

Preocupando-se com todos os detalhes para que pudesse transmitir uma imagem de ética e credibilidade, aos poucos foi estruturando o seu empreendimento. Começou a estudar temas como relacionamento interpessoal, psicologia. Elaborou questionários com psicólogos, contratou um advogado para a redação do contrato jurídico e um jornalista para escrever fôlderes.

Nesse período começou a procurar um imóvel para alugar. Teria que ser uma casa porque, como havia a necessidade do sigilo da identidade dos que procuram a agência, um conjunto comercial não seria adequado. Por sorte, uma propriedade de seus pais que estava alugada ficou desocupada e foi cedida por eles para a instalação da agência. O local foi reformado para ser a sede da empresa.

A escolha do nome era um aspecto importante para o negócio. Sheila achava que a agência deveria ter um nome estrangeiro e procurou em dicionários, conversou com amigos, mas não chegou a uma conclusão. A procura demorou quase um mês porque queria algo que transmitisse a ideia de credibilidade e não fosse vulgar. Por fim, decidiu colocar a sugestão dada desde o princípio pela filha Danuza, que era Par Ideal.

Sua agência agora tinha um nome, um local para funcionar, os documentos para a abertura do estabelecimento estavam encaminhados e iniciava-se a fase de preparação para o lançamento. Porém, em dezembro de 1994, quando a empresa estava pronta para decolar, Sheila foi convidada a assumir um cargo de Gerência no governo estadual. Apesar de lisonjeada com o convite, recusou, porque já havia tomado uma decisão: iria se licenciar do serviço público para abrir seu próprio negócio.

ASSESSORIA EM RELAÇÕES HUMANAS

Assim, no dia 1 de março de 1995, foi fundada a Par Ideal Assessoria em Relações Humanas e Agência de Casamento. Apesar de estar formalmente constituída, a empresa só abriu as portas ao público dois meses depois, quando foram acertados todos os detalhes para o início das atividades.

Com tudo pronto, finalmente, no dia 2 de maio de 1995, a Par Ideal abriu as portas para o mercado curitibano. A primeira iniciativa foi convidar jornalistas e colunistas sociais para um almoço e explicar qual era o conceito da primeira agência matrimonial de Curitiba constituída nos moldes europeus. A imprensa comprou a ideia do serviço pioneiro na capital do Paraná e publicou muitas matérias a respeito.

A agência seria voltada para pessoas em busca de um parceiro para uma relação estável, destinada ao público das classes A e B, e garantia o sigilo. Mais do que aproximar pessoas, a Par Ideal prestaria uma consultoria e atendimento individualizado.

Para garantir o sigilo aos clientes, não foi colocada placa identificando a agência matrimonial. O cadastro era feito depois que a pessoa visitasse a empresa. Para evitar constrangimentos, todas as visitas eram agendadas e não existia o perigo de encontros na sala de espera porque, caso os horários coincidissem, havia duas portas por onde se poderia entrar e sair.

Na primeira visita, o interessado conhecia o questionário a ser respondido, o contrato jurídico e todo o funcionamento da empresa. A agência tinha a preocupação de não alimentar expectativas porque algumas vezes o cliente idealizava um sonho e queria encontrar alguém da forma que sonhara. “Não somos uma fábrica de pessoas. O que fazemos é proporcionar o encontro de indivíduos que tenham afinidades”, dizia Sheila.

Caso decidisse se cadastrar, o cliente passaria por uma entrevista, geralmente feita por Sheila ou pelo gerente. Como se tratava de uma agência real e não virtual, todos os clientes, mesmo os de outras cidades e estados, deveriam ir pessoalmente à agência para a entrevista. Na ocasião, receberiam orientação para ficar atentos àquelas características para as quais eram menos tolerantes. Por exemplo: se o homem não gostava de cigarro, deveria evitar sair com uma mulher fumante, pois, se o romance desse certo, no futuro esse seria um problema para o casal.

O cliente era entrevistado por uma psicóloga e respondia a um questionário com mais de 200 perguntas. Cinco dias depois, a agência apresentava o perfil de pessoas compatíveis para que o cliente identificasse aquelas que gostaria de conhecer. Os escolhidos eram contatados e, se estivessem de comum acordo, seria promovido o encontro.

O primeiro encontro geralmente era feito por meio de um contato telefônico e depois o casal marcava para se conhecer pessoalmente. A agência pedia um retorno para saber se o cliente havia gostado do pretendente e, em caso negativo, por que isso ocorrera. Assim era possível conhecer melhor o cliente e também ajudar, pois, algumas vezes, as pessoas não percebiam que alguns comportamentos seus afastavam os pretendentes. Por exemplo: uma mulher, que era viúva, nos encontros falava somente do falecido. Os homens ligavam depois dizendo que não queriam mais sair com ela. Essa mulher foi chamada para um aconselhamento e disse que nem havia se dado conta de que fazia isto.

Em função da discrição, outra preocupação era que a ficha de uma pessoa não fosse vista por alguém do seu relacionamento, por exemplo, por pessoas que desconheciam que seus parentes estavam cadastrados ou por funcionários da mesma empresa.

AMOR POR ENCOMENDA

Sheila não se lembrava de quem havia sido a primeira cliente. Porém, se recordava do primeiro cliente homem. Tratava-se de um político que, na primeira visita, a fez tirar seu carro da garagem para colocar o dele num lugar bem escondido, onde ninguém o identificasse. Nas outras vezes que foi à agência, dizia para sua secretária que estava indo para a terapia.

Para manter a discrição, os primeiros clientes iam de táxi, com medo de que seus carros fossem identificados na frente de uma agência matrimonial. Outros estacionavam várias quadras adiante e iam a pé. Depois que se tornaram mais confortáveis com os serviços e com o sigilo da empresa, deixaram esses cuidados de lado e passaram a estacionar o carro mais perto.

No início, além de Sheila e de uma psicóloga, trabalhavam também um gerente administrativo e dois auxiliares de serviços gerais. Se nos primeiros atendimentos ficava um pouco nervosa, com o tempo a empresária foi se descontraindo e conhecendo as necessidades dos clientes.

No primeiro ano, foram cadastradas 28 pessoas e, no segundo ano, já eram mais de 100 cadastrados. Mas o grande marco da Par Ideal ocorreu no dia 4 de janeiro de 1997, quando aconteceu o primeiro casamento. Os noivos se cadastraram no primeiro ano da agência. A noiva teve a oportunidade de conhecer outros candidatos na Par Ideal até encontrar o noivo, que, por sua vez, a conheceu no seu primeiro encontro. Houve empatia, namoraram cerca de um ano e meio antes de se casar. “Nunca me esqueci da emoção do primeiro casamento que promovemos”, contou Sheila.

PESSOAS DE BEM COM A VIDA

O trabalho da Par Ideal era aproximar indivíduos com afinidades. Mas que tipo de pessoa procuraria o cupido profissional? Existia uma resistência grande em relação a esse serviço, pois muitos acreditavam que recorrer a uma agência de casamento era sinônimo de desespero de solteirões, mais velhos, desprovidos de atrativos físicos e solitários. “Essa é uma ideia errada, pois nossos clientes são das classes A e B, têm entre 21 e 78 anos, são bem realizados profissionalmente, estão em busca de parceiros do mesmo nível social, cultural e financeiro e procuram a agência para evitar desilusões”, disse Sheila ao explicar que eles tinham boa formação escolar (90% com terceiro grau completo e 5% com terceiro grau incompleto), razoável círculo de amizades e situação financeira estável.

Para conhecer esse público, a doutora Lidia Natalia Dobrianskyj Weber, coordenadora do Departamento de Psicologia – Núcleo de Análise do Comportamento da Universidade Federal do Paraná, realizou, em 2005, uma pesquisa na Par Ideal sobre comportamentos e relacionamentos. A pesquisa buscou identificar características psicológicas como auto-estima, timidez, sociabilidade, assertividade e estilos de amor.

Para entender essa pesquisa era preciso conhecer o significado de algumas palavras. Segundo a pesquisadora, “dá-se o nome de auto-estima ao sentimento que o indivíduo possui sobre si mesmo, seus valores e competências. Já a timidez e a sociabilidade podem ser desconforto e inibições que ocorrem na presença de outras pessoas. A timidez é uma manifestação de temperamento caracterizada pela tendência à ansiedade social e pelo predomínio da inibição em termos de comportamento. Quase 50% dos indivíduos em todo o mundo consideram-se tímidos. A sociabilidade não é a mesma coisa que timidez, pois o tímido pode ser também sociável, ou seja, gostar de estar entre as pessoas”.

Segundo ela, a assertividade é “a capacidade de defender os próprios direitos e de expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma honesta, direta e apropriada, sem violar os direitos da outra pessoa. Ser assertivo é ser positivo, é valorizar a si mesmo, sem se caracterizar pela passividade ou pela agressividade”.

Para definir o estilo de amor, usou a nomenclatura criada por Allan Lee, um antropólogo canadense, que classificava diferentes estilos de como uma pessoa pode se relacionar com
outra. Entre os milhões de estilos existentes, há seis básicos:

eros: sentem forte atração pelo parceiro, principalmente pela aparência física. São pessoas seguras, pouco possessivas, sem medo de entrar em um relacionamento e que dão grande importância ao aspecto sexual da relação;

estorge: amor calcado em interesses comuns e na semelhança dos parceiros; geralmente surge a partir de uma amizade; é construído gradativamente. Não há tanta ênfase no relacionamento sexual;

ludos: é dada grande importância à sedução e à liberdade sexual. O amor é visto como um jogo que pode envolver diversos parceiros, sem muito interesse em comprometimento e intimidade psicológica;

mania: o amor é uma emoção quase obsessiva, está envolvido em praticamente tudo. Esse amante se esforça para atrair a atenção do parceiro constantemente. Há muito ciúme e possessividade;

pragma: enfatiza a compatibilidade e suas necessidades mútuas. As pessoas têm diversas expectativas bem específicas em relação ao parceiro, tentam planejar a relação minuciosamente, e • ágape: os cuidados com o parceiro, a ausência de egoísmo e a preocupação em auxiliá-lo em seus problemas são as características desse estilo de amor.

Os resultados da pesquisa realizada na Par Ideal mostraram dados interessantes: enquanto as pessoas não-agenciadas tinham o estilo de amor predominante “ludos”, os que procuravam as agências tinham predominante o estilo “eros”. Com relação à auto-estima dos agenciados, a pesquisa detectou que, ao contrário do que se imagina, a pessoa que procurava a Par Ideal
estava bem consigo e possuía sentimentos positivos sobre sua auto-imagem, fator altamente positivo para uma relação à dois.

A pesquisa detectou também que não havia diferença entre os índices de timidez e de sociabilidade dos agenciados e dos não-agenciados. Ou seja, não era esse o fator que determinava a procura de uma agência.

Quanto à assertividade, a pesquisa encontrou uma diferença interessante: ao contrário do que se imaginava, o índice de assertividade foi maior para os agenciados. “Aqui se começa a entender o comportamento destas pessoas: elas realmente desejam encontrar um parceiro amoroso e enfrentam a situação de maneira pragmática e adequada, isto é, vão a um lugar em que encontram os que têm o mesmo desejo, o que torna a sua busca mais fácil”.

CUPIDO PROFISSIONAL

A ajuda do cupido profissional demonstrou resultados positivos. Em 12 anos de funcionamento, a Par Ideal promoveu cerca de 1,1 mil uniões (entre casamentos e casais que foram morar juntos), com apenas oito separações e 70% dos clientes tendo a oportunidade de conhecer pessoas com quem tinham afinidades. “As uniões realizadas e as crianças que nasceram são motivo de nossa alegria”, comemorou a empresária.

Em 2007, a agência tinha mil pessoas cadastradas, sendo 40% homens e 60% mulheres, principalmente do Paraná e de Santa Catarina, mas também de outros estados e até do exterior.

A concretização de uniões seria a melhor propaganda para divulgar o sucesso da Par Ideal, mas, infelizmente, isso não ocorria, porque as pessoas não contavam para os amigos e familiares que encontraram seu par numa agência matrimonial.

Se as pessoas não falavam sobre o serviço, era preciso divulgar a empresa na mídia. Apesar de a comunicação ser uma ferramenta importante, ela era um dos principais problemas enfrentados pela empresária, que já havia contratado várias agências de propaganda para fazer os anúncios, mas elas não encontraram a forma certa de veicular a imagem da Par Ideal.

“Já gastei muito dinheiro em campanhas publicitárias e, em algumas, não tive retorno nenhum porque o telefone não tocou nenhuma vez”.

Para a empresária, os maiores erros e gastos nesses 12 anos de existência foram com a divulgação. Cansada de perder dinheiro com campanhas que não atendiam às suas necessidades, há cerca de três anos, Sheila desistiu de contratar agências

de propaganda e resolveu ela mesma escrever os anúncios de rádio, fôlderes e cartões. Por exemplo: há pouco tempo escreveu um anúncio mostrando que o ator Mel Gibson havia se utilizado dos serviços de uma agência de casamento e sua união já durava 25 anos. “Às vezes acerto, às vezes erro, mas assim tenho divulgado a agência”, explicou.

Em 2007, a divulgação era feita em rádios, revistas e no site na Internet. Além disso, também tinha um quadro fixo em um programa na televisão, em que falava sobre relacionamentos e respondia a e-mails dos telespectadores. Sheila também participava de muitas palestras e congressos em que abordava os temas relacionamentos e agências matrimoniais.

FONTE INSPIRADORA

Em 2007, trabalhavam na Par Ideal seis funcionários diretos e três indiretos. Essa equipe multidisciplinar participava da tomada de decisão, trabalhava com melhorias contínuas, sendo que as sugestões e ideias eram analisadas e valorizadas, favorecendo a criatividade dos colaboradores.

Em 12 anos de atividade, a empresa já tinha atingido seu nível de maturidade. Nos três primeiros anos, muitas vezes a empresária teve que tirar dinheiro do bolso para pagar as contas, porém, aos poucos, o empreendimento foi se tornando auto-sustentável. Em 2007, cadastravam-se em média 20 pessoas por mês. Cada cliente, em Curitiba, pagava uma taxa de R$ 900,00 e mais R$ 60,00 para entrevista com a psicóloga, sendo o cadastro válido por um ano. Por ter sido pioneira, a agência também se tornou fonte inspiradora para a concorrência. Alguns concorrentes chegam a se cadastrar na Par Ideal para conhecer o funcionamento da empresa. Não se sabe o número de agências matrimoniais existentes no Brasil, mas em Curitiba, em 2007, havia nove agências na lista telefônica. E, segundo Sheila, a cada ano, abriam em torno de cinco novas agências que duravam pouco tempo.

NOVOS PASSOS

Ciente do interesse de futuros empresários em abrir uma agência de casamento, em julho de 2007, Sheila procurou o escritório do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR) para fazer uma consultoria sobre franquia e avaliar a possibilidade de tornar-se uma franqueadora.

A empresária tinha consciência de que vender franquias não era a parte mais difícil, mas era preciso tomar cuidado para que o sistema não afetasse negativamente a imagem da Par Ideal.

“Levei 12 anos para construir essa empresa e os futuros empresários terão que se dedicar muito ao trabalho”, afirmou. Preocupada com a credibilidade da marca, queria implantar uma franquia cuja filosofia fosse a preocupação com a ética em primeiro lugar. Pretendia também criar regras para a contratação dos colaboradores que, além da competência na área profissional, deveriam ter respeito pelo ser humano, relevando as diferenças de personalidade e inspirando confiança, mantendo em sigilo as informações passadas na agência.

Em 2007, outra meta de Sheila era reestruturar sua empresa para um novo desafio: fazer com que a Par Ideal se tornasse agência matrimonial líder do mercado brasileiro. Isso porque, em novembro de 2006, a empresa foi citada pela mídia nacional como uma das três principais do País. “E queremos ser a número um do Brasil”, declarou.

Para esses dois novos desafios, sua mola propulsora novamente era o amor pelo que fazia porque, para qualquer negócio dar certo, era preciso acreditar no seu produto/serviço e, acima de tudo, ter paixão por ele. E esses ingredientes não faltavam para Sheila.

Fonte: Livro MULHER DE NEGÓCIOS — PEQUENAS EMPRESAS: REGIÃO SUL
Esta obra faz parte da coleção Histórias de Sucesso – Mulher de Negócios 2007, que é composta por duas séries de livros: Pequenas Empresas e Negócios Coletivos.

https://www.parideal.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Sebrae-Sheila-Rigler.pdf
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