Hoje é comemorado o Dia do Homem. A data surgiu com o objetivo de incentivar o cuidado com a saúde masculina e aos poucos vai ganhando a conotação comemorativa, como é o Dia das Mulheres. Não é só o dia especial dos homens e mulheres estão ficando parecidos, o dia-a-dia deles também. Se por um lado, a mulher ganhou espaço no mercado de trabalho na vida moderna, o homem ganhou espaço na vida doméstica. Hoje, eles se preocupam mais com os filhos e se interessam pelas atividades domésticas, que vão muito além de limpar a casa e levar as crianças para a escola. Uma prova de que este “novo homem” está cada vez mais ligado são os números da chamada guarda compartilhada — onde pai e mãe dividem e educação e o tempo com os filhos igualmente após a separação. No Paraná, em 2003, apenas em 3,5% dos casos de separação, os pais decidiam pela guarda compartilhada, enquanto em 2011 a modalidade foi usada em 8% dos casos, segundo dados do IBGE . Na agência de relacionamentos Par Ideal, de Curitiba, é possível perceber essa quebra de paradigma. Dos homens cadastrados à procura de uma parceira, 98,3% afirmam que estão dispostos a ajudar na educação dos filhos, o que mostra que os pais estão cada vez mais ocupando funções até então consideradas femininas e se tornando mais próximos dos seus filhos. Na Par Ideal, entre os cadastrados, 66% têm filhos, sendo que 12,5% conquistaram na justiça, ou por consenso, o direito de criá-los. Na faixa entre 41 e 50 anos o índice é ainda maior, 30%. “O número pode parecer pequeno, se comparado ao direito conquistado pelas mulheres, mas já é uma mudança representativa”, afirma a proprietária da agência, Sheila Rigler. A pesquisa da Par Ideal mostra que 93,7% dos homens garantem que ajudariam a sua parceira. Os menores índices de aceitação estão entre os homens mais velhos, principalmente entre 51 e 60 anos. “Quando abri a agência, os homens eram muito mais resistentes a esse tipo de atividade”, relembra Sheila. O correspondente bancário Rogério Barbosa, 41 anos, é um destes novos homens. Ele lava louça, ajuda na limpeza e divide com a mulher os cuidados da filha Lívia Maria, 2 anos. “Não é só ficar olhando a criança. Eu cuido mesmo, troco fralda, dou comida, cuido dela sozinho quando minha mulher não pode. Fico as noites acordado quando ela teima em não dormir. Ela respirou diferente eu acordo”, explica ele. “Não foi por necessidade que me tornei um homem participativo em casa, eu sou assim e não consigo imaginar a minha vida diferente”. Nesta semana, por exemplo, a mãe de Lívia vai viajar a trabalho e quem assumirá os cuidados da menina durante dia e noite é o pai.