Inspire-se nas histórias de dois casais que se conheceram da maneira mais improvável para engatar um relacionamento sério: no meio da exótica folia curitibana
Diz o senso comum que você dificilmente vai encontrar alguém “para casar” no meio da balada. Durante o carnaval, então, a probabilidade seria quase zero, certo? Pois Alissom e Clarissa Schefer e Alexandre e Déia Saldanha se conheceram no improvável carnaval curitibano e o romance não apenas sobreviveu à quarta-feira de cinzas, como virou casamento. Veja como foi:
Amor à primeira vista
À esquerda, Clarissa e Alissom em 2011, após o casamento. À direita, o casal em férias na França, em 2014. Fotos: acervo pessoal.
Sábado de carnaval, um bar lotado, uma banda de rock tocando. Um cara olha para uma garota no outro lado da pista e diz para o amigo a seu lado, apontando: “Tá vendo aquela mulher ali? Eu vou casar com ela de papel passado”. Podia ser mais uma brincadeira de carnaval, mas o internacionalista Alissom Schefer, 38 anos, estava falando sério quando viu sua esposa pela primeira vez, naquele carnaval alternativo de 2008.
Contrariando a crença de que amor de carnaval não passa da quarta-feira de cinzas, Alissom se casou com Clarissa três anos e meio depois, em outubro de 2011. “Quando eu a vi, fiquei olhando para ela, com medo de falar com uma mulher tão linda”, conta. Mas ele não perdeu a oportunidade, aproveitou que o amigo baixista puxou assunto com a amiga de Clarissa e apostou todas as suas fichas. “O que mais que me chamava a atenção nela era sua atitude respeitosa. Eu nem esperava que isso acontecesse. Foi amor à primeira vista”.
De acordo com Sheila Rigler, coach especializada em comportamento e relacionamento humano com experiência de quase 20 anos em unir apaixonados na agência Par Ideal, há uma grande expectativa sobre relacionamentos em torno do carnaval. “O mais importante é lembrar que esta é uma oportunidade para conhecer pessoas, mas sem grandes expectativas. É preciso manter a ansiedade controlada”, aconselha Rigler aos solteiros. “O momento deve ser aproveitado e, se possível, manter contato, sem cobranças ou planos em um primeiro momento”.
Namoro a distância
No detalhe, Arroz e Deia no carnaval de 2003, quando se conheceram. Na foto maior, o casal de férias em Nova York, em 2013. Fotos: acervo pessoal.
Foi exatamente o que fez a publicitária Déia Marinho, 30 anos, quando conheceu seu marido, no carnaval de 2003. “Depois de muita insistência da minha irmã, resolvi ir para Curitiba. Eu não estava nem um pouco a fim. Queria viajar para outro lugar, mas nossos pais eram rígidos e só deixariam a Dani ir para Curitiba se eu também fosse”, relembra. “E fui sob uma condição, a de ficar quieta no bar”.
Contudo, o improvável reinado de Momo na capital paranaense guardava uma surpresa para Déia. “Vi o Arroz [apelido do marido] andando e foi meio que um impacto, porque o achei muito gato”. Os dois foram apresentados pela irmã da publicitária, assistiram aos shows juntos e ficaram no final daquela noite. “Eu achava que ele não ia querer nada, pois ele morava em Belo Horizonte e eu em São Paulo. Só que ficamos juntos o resto do carnaval. Trocamos telefones e resolvemos namorar a distância”.
O namoro durou cinco anos até o casamento. Em quatro deles, cada um morava em sua cidade. “Ainda que se conheça alguém no meio da folia, o melhor é manter contato para se conhecer melhor. Amigos de amigos são sempre uma ótima opção, esteja você à procura do amor ou não”, salienta a coach em relacionamentos. “Em qualquer ambiente de festa, uma dica para encontrar um parceiro é a alegria. Bom humor é sempre atraente”.
Déia e o marido, o jornalista Alexandre Saldanha, 33 anos, continuam aproveitando os carnavais juntos, mais de um década depois de terem se conhecido. “Casamos e estamos aí na ativa, provando que paquera de carnaval pode durar se tudo for do jeito certo”, garante a publicitária.
Para quem vai passar o carnaval ao lado da pessoa amada, como Déia e Arroz, Alissom e Clarissa, Rigler orienta a escolha de uma programação adequada, que leve em conta as pessoas que vão participar da folia junto do casal. “Em muitas situações, é possível que você perceba que um bloco formado por duas pessoas é suficiente para garantir a diversão”, finaliza.